
A recém-criada Secretaria Especial de Inclusão (SEI) tem como atividade principal dar apoio às mães, pais e cuidadores de pessoas com transtorno do espectro autista e neurodivergentes.
A Secretaria Especial de Inclusão (SEI) da Prefeitura do Rio de Janeiro tem entre suas principais atividades se dedicar ao atendimento e apoio às mães de autistas, de maneira a fazer com que o dia a dia seja melhor equacionado, no sentido de realizar melhor as tarefas e aprender novas formas de lidar com o filho ou a filha que têm o Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Muitos pais de pessoas que têm o TEA são cidadãos que necessitam de ajuda psicológica para cuidar com maior tranquilidade dos seus filhos, porque, de acordo com estudos e relatos, o nível de estresse é alto, realidade esta que poderá causar depressão e ansiedade.
Outra realidade que se apresenta à vida das famílias atípicas é que cerca de 80% dos responsáveis que cuidam de pessoas com TEA são mulheres, ou seja, as mães. Portanto, é muito importante que os pais e mães de autistas recebam apoio psicológico durante todas as fases da criança ou do adolescente com TEA.
SEI — O secretário especial de Inclusão, João Mendes de Jesus, tem se empenhado no sentido de organizar a recém-criada Secretaria Especial de Inclusão (SEI), tanto no aspecto de pessoal técnico quanto na questão estrutural da Secretaria, de forma a efetivar um trabalho que oferte serviços de apoio às mães de pessoas com autismo, tanto no aspecto psicológico quanto em outras demandas emocionais, conforme a realidade dos pais de famílias atípicas, inclusive no que é concernente ao combate ao preconceito.
“Nós sabemos e por isso pretendemos cooperar da melhor forma possível para darmos apoio às famílias atípicas. Muitos pais de pessoas autistas sofrem de estresse, ansiedade e depressão. Muitos podem se sentir frustrados, irritados ou ansiosos aos saberem o diagnóstico e, por sua vez, passarem a ter uma rotina difícil, mas sempre empenhados em melhorar as condições de vida de seus filhos, a terem como meta fundamental a inclusão social de quem tem TEA” — afirma João Mendes de Jesus, para logo concluir:
“A Secretaria Especial de Inclusão tem a finalidade primordial de cooperar por meio diferentes formas e estudos para que as mães e os pais de pessoas autistas possam viver as suas rotinas com mais tranquilidade, respeito, direito à integração e livres de preconceitos”.
O que é o autismo e quais são os seus Níveis
O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido popularmente como autismo, é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento, especialmente nas áreas de comunicação, interação social e comportamento. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de 1% da população mundial esteja dentro do espectro autista, com variações significativas de como os sintomas se manifestam em cada pessoa.
Entendendo o Transtorno do Espectro Autista
O autismo não é uma condição única, mas sim um espectro, ou seja, as manifestações podem variar amplamente de uma pessoa para outra, indo de casos mais leves, em que o indivíduo possui uma vida bastante autônoma, até os mais graves, que requerem apoio constante. A característica comum em todas as pessoas com TEA é a dificuldade em interpretar e reagir a interações sociais, que podem vir acompanhadas de comportamentos repetitivos e interesses restritos.
Antes, usava-se termos como “autismo clássico”, “síndrome de Asperger” e “transtorno invasivo do desenvolvimento” para descrever diferentes graus e características do autismo. Contudo, com a publicação do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) em 2013, essas categorias foram agrupadas sob o termo “Transtorno do Espectro Autista”, reconhecendo o autismo como uma condição que abrange diferentes níveis de suporte necessário, mas sem divisões rígidas.
Os Níveis do Espectro Autista
Nível 1 (Autismo Leve): Caracterizado por dificuldades moderadas de interação social e comunicação, como iniciar conversas e interpretar expressões faciais. Indivíduos podem apresentar comportamentos repetitivos e interesses restritos, mas conseguem se adaptar bem às rotinas.
Nível 2 (Moderado): As dificuldades de comunicação e interação são mais significativas, exigindo maior apoio em interações sociais e mudanças na rotina. Comportamentos repetitivos e interesses restritos também são comuns.
Nível 3 (Severo): É o nível mais grave, com deficiências severas nas habilidades de comunicação verbal e não verbal, além de comportamentos repetitivos acentuados e grande dificuldade em adaptar-se a mudanças, necessitando de apoio contínuo.
Fonte: DSM-5 e o diagnóstico no TEA.