Na manhã deste sábado, a Secretaria Especial de Inclusão (SEI-Rio) realizou, no Museu Naval, no Centro do Rio de Janeiro, capacitação destinada a profissionais de órgãos públicos e privados, estudantes, cuidadores e familiares de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O encontro, que reuniu dezenas de participantes, teve como finalidade ampliar conhecimentos, compartilhar experiências e fortalecer estratégias práticas de inclusão para pessoas autistas.
A atividade foi conduzida pelas técnicas da Secretaria e estruturada em cinco módulos: Introdução: Inclusão, Neurodiversidade e Capacitismo; Entendendo o TEA: definição, características e desafios; Níveis de Suportes: níveis 1, 2, 3 e acessibilidades; Inclusão na Prática: ações, exemplos e estratégias; e Compartilhando Experiências: dinâmica e discussão em grupo.
O secretário Especial de Inclusão, João Mendes de Jesus, destacou a importância de iniciativas como esta, a afirmar: “Estamos a oferecer capacitação e, desta forma, propiciarmos a transmissão de informações úteis para as pessoas interessadas em saber de métodos para tratar e cuidar de pessoas com autismo. A SEI tem por propósito incluir as pessoas com TEA, mas é necessário repassarmos informações aos cuidadores, responsáveis, familiares e profissionais de diversos segmentos, que buscam se capacitar sobre o autismo. Queremos pontes e não muros que limitem a inclusão”.
A coordenadora de Qualificação e Inclusão, Karla Martis, ressaltou a relevância do tema da neurodivergência.
“Falar de neurodivergência é fundamental para compreendermos que cada pessoa tem seu jeito único de perceber e interagir com o mundo. Quando acolhemos essa diversidade, avançamos na construção de uma sociedade mais justa e plural”.
Já a coordenadora de Atenção ao Transtorno do Espectro Autista e Neurodivergência, Lucinda Gomes, pontuou a necessidade de sensibilização contínua.
“O TEA envolve realidades diferentes em cada indivíduo. Nosso papel é garantir que os serviços sejam públicos ou privados, estejam preparados para oferecer acessibilidade, acolhimento e respeito às necessidades de cada pessoa autista”.
A assessora técnica Patrícia Frank abordou diretamente a questão do capacitismo a asseverar que
“precisamos romper com o capacitismo, que reduz as pessoas às suas limitações e cria barreiras invisíveis. A inclusão real só acontece quando reconhecemos as potencialidades de cada indivíduo, sem preconceitos ou estigmas”.
A estudante de pedagogia, Raquel da Paixão Pontes, que também é mãe atípica, participou do curso, a buscar conhecimento, tanto para a sua futura prática profissional quanto para compreender melhor a condição do filho.
“Foi uma experiência transformadora. Como mãe e futura pedagoga, saio daqui mais preparada para acolher alunos com TEA e também para entender melhor as necessidades do meu filho, a contribuir para uma educação e uma sociedade mais inclusivas.”
“Agradeço à Marinha e à diretoria do Museu Naval a concessão do espaço para que a Secretaria Especial de Inclusão pudesse organizar tão importante evento dedicado às famílias com pessoas autistas e neurodivergentes. Este evento só pôde ser realizado com a estrutura a nós concedida. Agradeço também ao prefeito Eduardo Paes seu apoio, além que a SEI continuará a se empenhar para que as famílias com membros autistas, principalmente as mães atípicas, tenham acesso a uma vida de melhor qualidade” — conclui o secretário João Mendes de Jesus.
